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Evento comemorou os 40 anos de estudo do Muriqui em Caratinga

Nos dias 15, 16 e 17 deste mês, a Sociedade para a Preservação do Muriqui-Preserve Muriqui promoveu um evento em comemoração aos 40 anos de pesquisas e os estudos do Muriqui do Norte na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Feliciano Miguel Abdala, localizada no município de Caratinga, o Projeto Muriqui de Caratinga.

O evento foi realizado em parceria com Conservação Internacional Brasil, University of Wisconsin (Madson/USA), WWF, Re:wild, Rede de Ensino Doctum e Casarão das Artes.

Várias autoridades do conservacionismo e preservação do meio ambiente participaram do encontro, com destaque para o Dr. Russell Mittermeier, diretor-chefe de Conservação da Global Wildlife Conservation e presidente do Grupo Especialista de Primatas da União Internacional para Conservação da Natureza; Dr. Leandro Jerusalinsky, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros; Dr. Fabiano de Melo, professor associado da Universidade Federal de Viçosa, e a Drª Karen Strier, professora titular da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, e a mais profunda conhecedora do Muriqui em todo o planeta.

Evento contou com a participação de figuras importantes do conservacionismo

Programação
O evento teve início no dia 15, com a recepção dos participantes durante o período da tarde, e a realização da Mesa de Abertura, que teve lugar na sede da Fundação Cultural Casarão das Artes, localizada no centro de Caratinga
As atividades do segundo dia do encontro, iniciadas às 09 horas, foram desenvolvidas no auditório da Unidade de Caratinga da Rede de Ensino Doctum.

No período da manhã aconteceram as palestras ministradas por Russell Mittermeier e por Karen Strier, feitas pela realização de uma Mesa Redonda. As atividades foram retomadas após o almoço, com mais uma Mesa Redonda, seguida das palestras proferidas por Bruno Coutinho e Mauricio Bianco, ambos da Conservação Internacional Brasil, e Rodrigo Abdalla, da Preserve Muriqui.

As atividades do dia 17 – visita de campo – foram desenvolvidas durante a manhã e a tarde, na RPPN Feliciano Miguel Abdala. Além de caminhadas pelas matas da reserva, os participantes puderam conhecer o viveiro de árvores e plantas nativas existente no local e mantido pela Preserve Muriqui com o propósito de recuperar áreas dentro da própria RPPN e de propriedades rurais de seu entorno.

Projeto Muriqui
A existência do Muriqui do Norte (Brachyteles hypoxanthus) nas matas da Fazenda Montes Claros, que pertenceu a Feliciano Miguel Abdala, foi descoberta na década de 60, por Álvaro Aguirre, relatada em livro de sua autoria publicado em 1971.

A partir de então, a fazenda recebeu visitas de zoólogos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob a liderança de Célio Valle, porém, o trabalho contínuo de estudos e pesquisas do Muriqui em Caratinga só passou a ocorrer a partir de 1983, com a criação da inauguração da Estação Biológica de Caratinga, ocorrida em maio daquele ano.

A manutenção desse estudo contínuo do Muriqui nas matas da Fazenda Montes Claros, que foram transformadas na RPPN, tiveram como principal responsável a antropóloga norte-americana Karen Strier que, em 1982, então com 23 anos, visitou a fazenda e se encantou pelos animais.

Desde então, ela passou a dividir sua vida entre seu trabalho como professora da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, e suas pesquisas de campo em Caratinga. O Muriqui foi tema para a sua tese de doutorado e o seu esforço e os recursos financeiros obtidos por ela foram responsáveis pela constante manutenção de biólogos e estudantes nas matas da Reserva e pela formação de quase 80 pesquisadores brasileiros.

Preserve-Muriqui
A Preserve-Muriqui, entidade sem fins lucrativos que administra a RPPN Feliciano Miguel Abdala, realiza vários projetos conservacionistas e sociais, com destaque para o viveiro, atualmente com mais de 20 mil mudas de plantas e árvores nativas, com a proposta de elevar esse número para 40 mil mudas.

Segundo Rodrigo Abdala, o serviço de coleta de sementes das espécies para a formação dos viveiros tem sido realizado por pessoas de menor poder aquisitivo residentes no distrito de Santo Antônio do Manhuaçu, possibilitando a elas a oportunidade de aumento na renda familiar.

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