ColunasEdilson Rodrigues

Culpas e culpados

Estamos a exatos 133 dias do primeiro turno das eleições gerais deste ano, quando estarão sendo eleitos ou reeleitos deputados, senadores, governadores e o presidente da República para um novo mandato.

O momento se reveste de inquestionável importância, pois, nele estaremos entregando nas mãos dos eleitos, pelos próximos quatro anos, o destino dos nossos municípios, do nosso estado e do nosso país. A importância das próximas eleições está depositada no fato de que as nossas escolhas serão responsáveis na definição se teremos quatro anos de sofrimentos ou quatro anos de passos firmes rumo ao desenvolvimento do Brasil.

A escolha dos candidatos em quem votaremos precisa necessariamente estar desassociada de interesses pessoais, troca de favores, paixão ou partidarismos, sendo calcada, também necessariamente, na razão e na isenta análise de cada candidato, procurando saber exatamente quem ele é, o que ele fez e o que está determinado em fazer caso obtenha a vitória nas urnas.

Nas últimas eleições gerais, praticamente todos os deputados estaduais e deputados federais eleitos em Minas Gerais foram votados em Caratinga e, infelizmente, nenhum deles tratou o município de forma maiúscula.

Na verdade, quase todos nada fizeram e nem sequer visitaram a cidade, já os mais votados, notadamente os deputados federais, trataram Caratinga como uma cidadezinha provinciana, enviando migalhas, como que adoçando a boca de crianças dando-lhes algumas poucas balas.

Um município do porte de Caratinga obrigatoriamente precisa ser tratado com respeito. No entanto, como fica evidente no “esquecimento” do nome da cidade na hora de incluir municípios na área de atuação da Sudene, eles trataram a população caratinguense como se ela fosse apenas um “curral eleitoral”, onde eles vêm a cada quatro anos buscar votos em troca de mentiras e promessas de melhorias pelas quais não têm o menor interesse em lutar.

Caratinga e seu povo não precisam de doação de carros e tratores, bem como da destinação de esporádicos recursos da ordem de 200, 300, ou 400 mil reais. Uma prefeitura que destina quase 10 milhões por ano à Câmara Municipal, o que representa menos de 7% do arrecadado no ano anterior em certos impostos e tributos, pode comprar os carros e máquinas de que precisa e não das “esmolas” destinadas pelos deputados.

O município precisa de grandes projetos capazes de alavancar e implantar o seu desenvolvimento socioeconômico, proporcionando o aumento de renda e oferta de empregos, bem como na melhoria da qualidade de vida da população, notadamente a mais carente, até então legada ao completo abandono.

Tal situação, que é a nossa triste realidade, mostra o quanto a maioria dos eleitores de Caratinga tem feito escolhas erradas e irresponsáveis na hora de comparecer às urnas para participar das eleições, contribuindo decisivamente para a eleição dos maus políticos, que participam de esquemas, de corrupções, esquecem totalmente as promessas feitas e voltam as costas aos anseios e necessidades de quem os elegeu.

Como já escrevi, o eleitor que não faz a escolha de seus candidatos com critério ou a faz por paixão, partidarismo, interesses mesquinhos ou se omite na hora de votar, contribui decisivamente para a ascensão ao poder de políticos falsos, corruptos e desonestos, prejudicando a si, ao seu município, ao seu estado e ao seu país, legando aos seus próprios filhos e netos um Brasil cada vez pior.

E a culpa desse país pior para se viver não é somente dos maus políticos aos quais são dirigidas tantas e merecidas críticas pelos quatro cantos do Brasil, mas, principalmente do eleitor que os elegeu.

Você quer ver o Brasil, Minas Gerais e Caratinga melhores?… Então, faça um melhor uso do seu voto!

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