Coluna do Edilson – Professorinha
“Que saudade da professorinha que me ensinou o beabá”. Com está frase, o saudoso cantor e compositor Ataulfo Alves, mineiro de Miraí e autor de “Ai! que saudade da Amélia” e “Atire a primeira pedra”, ambas em parceria com Mário Lago, iniciou a terceira estrofe da música “Meus tempos de criança”, outra entre as suas mais conhecidas canções.
Nos dois referidos versos, Ataulfo, que tinha como uma de suas características trazer para suas composições fatos do cotidiano, fazia menção à professora responsável pelo início de sua alfabetização, que exerceu seu trabalho sem imaginar estar oferecendo inestimável contribuição na formação de quem se tornaria um dos maiores nomes da música popular do Brasil.
Eu também sinto saudade da professorinha!… Aliás, das “professorinhas”!… Não apenas das minhas, mas, de todas aquelas que, antes de profissão, fizeram da arte de ensinar um fundamental e verdadeiro sacerdócio, tendo como principal objetivo transmitir o conhecimento a quem estivesse ocupando uma das carteiras de suas salas de aula.
Saudoso como Ataulfo, lembro-me daqueles tempos. Eram tempos bons, quando o aluno, ao concluir as etapas de seu aprendizado, saia sabendo o que lhe fora ensinado, estando em condições de poder definir a carreira a seguir. Vale lembrar que, ao terminar o Ensino Médio, os alunos mais aplicados estavam aptos a conseguir a aprovação em vestibulares nas concorridas universidades públicas, sem a necessidade dos, hoje, tão necessários “cursinhos”.
Atualmente, alunos estão concluindo o Ensino Médio até mesmo sem saber ler e escrever, como confirmam pesquisas nacionais e internacionais, provando que o sistema de ensino brasileiro é um dos mais ineficientes do mundo, apesar do alto investimento destinado ao setor da Educação.
Para quem pensa o contrário, 25% das receitas resultante de impostos e transferências de cada município brasileiro “obrigatoriamente” precisam ser gastos com o desenvolvimento da Educação, como reza o artigo 212 da Constituição Federal, que estabelece o percentual mínimo de investimentos para a União e 25% para os Estados.
Como mostrado, os recursos são muitos, porém, mal empregados!… A fatia mais grossa do “bolo” é investida nas universidades, ficando o Ensino que é fundamental, como seu próprio nome já diz, com a parcela menor.
Para piorar, o sistema educacional do País acabou refém dos princípios ineficientes de Paulo Frenre, ascendido ao título de “Patrono da Educação Brasileira” durante o governo de uma ex-presidente que tem diploma superior, mas não consegue sequer articular uma frase compreensível.
Entre os princípios do método de Freire, que não é utilizado em nenhum outro país do mundo, está a promoção automática dos estudantes, independentemente de terem aprendido o conteúdo programado. Para ele, a autoridade do professor em avaliar os alunos era algo opressor e o resultado disso são estudantes que não sabem escrever corretamente e tampouco ler. E os que conseguem ler não conseguem compreender o que foi lido.
Se isso já não fosse suficiente, é grande o percentual de professores que têm grande dificuldade em ler e compreender, que não sabem escrever de forma correta e… Pasmem!… Não dominam sequer os conteúdos das disciplinas que ensinam.
Muitos dos professores atuais, para nosso pesar, não passam de doutrinadores e militantes, que exercem o cargo ao qual deveriam enobrecer como oportunidade para pregar e tentar induzir os estudantes a aceitarem e seguirem os conceitos e ideologias por eles apoiados.
Felizmente, ainda existem professorinhas que exercem seu trabalho com a importância e dignidade que ele merece. Infelizmente, elas são joias raras, uma reduzida minoria.
Quem sabe um dia, elas voltem a ser maioria, dedicadas apenas a transmitir o melhor conhecimento, sem intenção de doutrinar e profundamente comprometidas em dar a sua contribuição na formação de pessoas capacitadas e que tenham a liberdade de suas próprias escolhas.