Coluna do Edilson – Sem desfiles e foguetes
Caratinga comemora seus 173 anos sem festas!
Embora a situação atual, imposta pela pandemia do coronavírus, não permita a realização de eventos públicos, mesmo se não estivéssemos passando por um período de restrições, não haveriam motivos que ensejassem uma grandiosa festa, com shows, desfiles e foguetes.
Uma análise séria e coerente de nosso município mostra que não temos motivos para comemorações!… Bem!… Pensando melhor, temos sim!… Um!… O fato de Caratinga ter conseguido crescer, embora aquém do possível, apesar de não contar com a implantação de projetos de desenvolvimento e o efetivo apoio da classe política.
O pouco desenvolvimento ocorrido em Caratinga, nesses 173 anos, foi fruto, quase que totalmente, da iniciativa privada. Da dedicação dos empresários e empreendedores locais, quase sempre enfrentando a competição desigual com grandes empresas de outros centros, que aqui vêm com o objetivo de levar muito e pouco ou quase nada trazer.
Os políticos, tanto os de fora quanto os daqui, com raríssimas exceções, quase nunca se preocuparam realmente com os principais problemas enfrentados pelo município e sua população. Antes, sempre olharam para Caratinga buscando satisfazer a seus próprios interesses, usando o povo apenas como “massa de manobra”, manipulando-o a seu bel prazer.
Porém, como se faz necessário ressaltar, o povo também tem grande parcela de culpa nesta situação, pois, se mantém alienado, não se inteirando dos acontecimentos políticos da cidade, do Estado e do País e não acompanhando a atuação do político em quem votou e, pior, vendendo seu voto por uma ninharia ou trocando-o por pequenos favores.
Para provar que grande parte do eleitorado local, talvez a maior, não faz o uso de seu voto de forma consciente, basta lembrar que, nas últimas eleições, todos os 53 deputados federais eleitos por Minas Gerais tiveram ao menos um voto em Caratinga. Além disso, deputados que só vieram aqui na eleição passada e voltarão na próxima, receberam dezenas de votos.
Vale, ainda, lembrar que deputados cuja votação em Caratinga chegou à casa das centenas e até milhares visitam a cidade em raras ocasiões e, quando o fazem, vêm para participar de reuniões com vereadores e lideranças políticas em busca de consolidar apoio político para o próximo pleito. Se necessário for, posso até citar os nomes!
Para piorar, nas reuniões com esses deputados nossos vereadores e lideranças não negociam o apoio em troca de benefícios para Caratinga, mas, por algumas dezenas de reais, vendendo a certeza de que você é um idiota, fácil de ser manipulado e ludibriado, votando em quem eles mandarem.
Uma vez eleitos, como já pagaram ao vereador e líder político pelo seu voto, nada fazem por Caratinga, só retornando à cidade quatro anos depois, quando tornarão a colher as dezenas ou centenas de “votos inconscientes” que completarão a votação necessária à reeleição deles, possibilitando-os a continuar levando o progresso às suas cidades de origem.
Os poucos deputados que voltam a Caratinga durante o mandato, infelizmente, não trazem o desenvolvimento, mas, apenas migalhas ou pequenas esmolas, da mesma forma como fizeram os portugueses, à época do descobrimento e colonização do Brasil, trocando as bugigangas trazidas da Europa por valiosíssimas pedras preciosas.
Você discorda?… Então me relacione as ações do deputado em quem você votou e que resultaram em desenvolvimento para Caratinga, gerando oferta permanente de empregos e aumento de renda para o município.
Aliás, permita-me uma pergunta!… Você se lembra do nome do deputado em quem votou nas duas últimas eleições?… Se lembra, parabéns!… A maioria dos eleitores não se lembra!
Agora, passe a tratar o seu voto como coisa séria e fundamental para o verdadeiro desenvolvimento de Caratinga!… Assim, nos próximos aniversários da cidade, teremos muitos motivos para comemorar.