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Banco Nordeste e Emater firmam parceria para linha de crédito para produtores rurais

Os reflexos da ausência de Caratinga na importante lista de municípios abrangidos na chamada “área de atuação da Sudene” já começam a serem sentidos. No mês passado, o Banco do Nordeste, instituição financeira oficial do governo federal, promoveu reunião em Governador Valadares com representantes da Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) para apresentar projeto que contém linhas de crédito para produtores rurais interessados, dentro da faixa de abrangência de municípios incluídos na área da Sudene. Estes municípios foram definidos pelo Congresso Nacional, em fins do ano passado. Conforme amplamente noticiado, Caratinga ficou de fora da relação, talvez, por injustificada falta de interesse de representantes políticos da região na Câmara dos Deputados.

LINHA DE CRÉDITO
Na avaliação do gerente regional da Emater, Ademar Moreira Pires “o crédito é uma excelente ferramenta para promover o desenvolvimento rural e a Emater, historicamente, tem como princípio trabalhar o crédito útil e alocado em atividades economicamente viáveis”. Isto inclui “projetos tecnicamente bem elaborados, com o produtor aplicando as tecnologias recomendadas pelos extensionistas da Emater-MG”, acrescenta. De acordo com os técnicos, os benefícios que virão com estes financiamentos são difíceis de mensurar, porém, seus reflexos são visíveis.

Por se tratar de recursos públicos, e que, por lei, com aplicação e gerenciamento rigorosamente fiscalizados pelos órgãos de controle financeiro oficiais, a liberação só acontece depois de minuciosa análise técnica dos projetos apresentados. Há casos, inclusive, de empréstimos a fundo perdido, mas, na maioria deles, tais financiamentos são com juros baixos e longo prazo, graças ao subsídio governamental.

CARATINGA NÃO ENTRA
No ano passado, quando a definição de novos municípios que poderiam ser incluídos na área de abrangência da Sudene foi discutida no Congresso Nacional, Caratinga ficou de fora da listagem final e definitiva. Houve, na verdade, sua inclusão na lista preliminar, no entanto, durante as discussões posteriores de parlamentares – cada um defendendo interesses de sua respectiva região eleitoral – Caratinga ficou de fora por razões até hoje mal explicadas. Até mesmo, municípios menores e de pequena expressão política ganharam o prêmio da inclusão. Da microrregião de Caratinga estão incluídos na área da Sudene os municípios de Santa Bárbara do Leste, Santa Rita de Minas, Ubaporanga, Inhapim, Taparuba, São Sebastião do Anta, São Domingos das Dores e Imbé de Minas.

A Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) tem regime próprio de funcionamento, vinculada ao Ministério de Desenvolvimento Regional. Criada ainda no governo Juscelino Kubitscheck, em 1959, teve como seu primeiro presidente o economista Celso Furtado. Sua finalidade, à época era promover de forma sustentável o desenvolvimento de estados nordestinos, historicamente castigados pela seca inclemente. Atualmente, além da região nordestina, abrange, também, municípios localizados no norte/nordeste de Minas e do norte do Espírito Santo. Mais recentemente (desde o final do ano passado) foram incluídos em sua área de atuação, municípios da bacia do Rio Doce e da região Leste de Minas. Entretanto, Caratinga ficou de fora da listagem final e os prejuízos, políticos e financeiros, já podem ser sentidos. O exemplo mais recente é esta parceria Banco do Nordeste/Emater-MG, firmada em fevereiro em Governador Valadares, indiscutivelmente, o maior município da região.

É cedo, ainda, para se sentirem os seus resultados, mas, com certeza, Caratinga sai perdendo por estar ausente da já extensa lista de municípios, a partir de agora, já incluídos na área da Sudene.

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