Cadeirante há 11 anos, Carlos Eugênio Bastos Ramos, aprendeu a enfrentar os desafios por uma perspectiva diferente. Carlão é caratinguense e foi no Esporte Clube Caratinga que ele deu as suas primeiras braçadas na piscina. Quase 40 anos depois, Carlão coleciona histórias, amigos que o apoiaram e muitas medalhas que representam a capacidade de superação frente as adversidades que a vida apresentou.
Durante 26 anos, sempre que alguém o perguntava sobre como conseguiu superar a perda da perna na adolescência, Carlão respondia: “Graças a Deus levei uma vida normal com a prótese. Com certeza, os meus pais, minha família sofreu mais do que eu. Se eu perdesse a outra perna eu não saberia como seria”. Em 2011, devido a problemas de circulação, o desafio da segunda amputação tornou-se realidade.
Nessa época, o paradesporto já fazia parte da rotina de Carlão. Ele conta que conheceu o Clube Roda Solta, clube de esportes para deficientes de alto rendimento, e logo depois o Handebol em Cadeira de Rodas – HCR. “Recomeçar, foi o meu maior desafio. Era tudo muito novo. Sobre o handebol, por exemplo, eu só conheci o básico na escola, nas aulas de educação física, mas entrei de cabeça”. O paratleta explica que o esporte mudou a sua vida. Para além de ajudar a manter o corpo em movimento, a atividade física contribui para prática da disciplina, cultivar bons sentimentos, ampliar a rede de contato, fortalecer a autoconfiança.
Segundo Carlão, a jornada como paratleta proporcionou vivenciar um dos maiores aprendizados. Na primeira competição a nível nacional, no Circuito Caixa em Maringá, no Paraná, ele estava cercado de paratletas da natação, de atletismo e de auterofilismo de todo Brasil. Havia deficientes auditivo, visual, intelectual e físico que perderam os braços e as pernas. Ao olhar para os competidores lembrou-se de sua mãe que sempre dizia, “Há sempre de olhar para trás. Se achar que a nossa deficiência é a pior, existem deficiências mais graves do que a nossa e mesmo assim essas pessoas são tão felizes e realizadas como qualquer outra pessoa”, recorda o paratleta.
Campeão brasileiro e sul-americano do Handebol em Cadeiras de Rodas, do Circuito Capixaba de Águas Abertas e de campeonatos de tênis de mesa em Santa Catarina, Carlão planeja ampliar o projeto Braços ao Mar para os circuitos Ocean e Summit, além da Ultra Maratona de 10 KM, com o objetivo de ser o primeiro paratleta a alcançar essa conquista. “Também tenho o sonho, levar o esporte adaptado para as pessoas com deficiência de Caratinga, com o intuito de promover a qualidade de vida e mostrar para todos que somos tão eficientes quanto qualquer outra pessoa que se julga perfeito”, conclui Carlão.
Apoiadores do Projeto Braços Abertos
Bolsa Atleta de Caratinga, Instituto catarinense de esportes para deficientes – ICED, Estação Azul – academia, Clube do farol – academia, Livia Lyra – saúde vascular, Rodotac Engenharia, Engita Naval, Ascari Assessoria, Distribuidora Coradelo, Carvalho Imóveis, Fervel.
Contato para patrocínio e apoio: (47) 99167-3574.
