
Como anunciado pelo jornal A Semana, ainda em 2019, as obras realizadas pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), para a implantação do sistema de tratamento do esgoto sanitário da sede do município de Caratinga, acabariam com as recentes obras de recapeamento asfáltico nas principais ruas da cidade. Além desse prejuízo, a abertura de valetas e buracos tem gerado muitos transtornos à população, devido à poeira, com riscos até para a saúde dos moradores das áreas afetadas.
Dinheiro jogado fora
Em 2019, antevendo os problemas causados pela abertura de valetas e buracos nas ruas beneficiadas com o recapeamento asfáltico, o jornal A Semana propôs uma reunião entre o governo municipal e a direção da Copasa para que os cronogramas de obras da concessionária e da empresa responsável pelo recapeamento fossem adequados de forma a não acontecer da empresa precisar abrir a pavimentação das ruas para a instalação de redes de esgoto, evitando danificar o piso das ruas, cujo asfaltamento custou milhões aos cofres da Prefeitura de Caratinga.
A proposta era para que a Copasa instalasse as suas redes antes das ruas passarem pelo serviço de recapeamento, pois, como é sabido, na reconstituição do piso feito pela concessionária é usado asfalto frio, ao passo que nas obras de recapeamento, a empresa responsável estava usando asfalto quente. Assim sendo, o reparo seria de qualidade muito inferior e acabaria gerando rachaduras, buracos e valetas.
Infelizmente, as partes envolvidas não deram ouvidos à sugestão e, com isso, temos assistido a Copasa destruir a pavimentação em várias ruas da cidade, como ocorre atualmente na Rua Capitão Paiva, onde a empresa tem cortado a pavimentação em quase toda a sua extensão, para instalar suas redes.

Como faltou o bom senso tanto por parte da Copasa como por parte da administração municipal, em pouco tempo, todo o bom serviço realizado pela empresa responsável pelo recapeamento estará precisando ser refeito, o que não ocorrerá. Com isso, todos os milhões de reais de dinheiro público investido na realização da melhoria terá sido jogado fora.
Como os recursos necessários à realização das obras de recapeamento asfáltico foram obtidos através de empréstimo bancário, o contribuinte caratinguense estará pagando por uma melhoria que se perdeu. Por falta de sintonia entre a Prefeitura e a Copasa.
Buracos e poeira
Além do serviço de reparo do piso das ruas ser de má qualidade, a Copasa tem o hábito de demorar a fazer a recuperação da pavimentação e, assim sendo, mantém buracos e valetas apenas com terra, dificultando a circulação de veículos e gerando muita poeira, transtornando a vida dos moradores das regiões onde as obras são realizadas.

Nos últimos dias, o jornal A Semana tem recebido dezenas de reclamações de moradores da Rua Capitão Paiva e de ruas adjacentes, em decorrência da poeira causada pelas obras, que acaba deixando as casas empoeiradas, inclusive sujando roupas recém lavadas, além das complicações geradas à saúde de pessoas, notadamente idosos e crianças, com problemas respiratórios.
Segundo os moradores, a Copasa deveria, no mínimo, ao final do expediente ou da conclusão das obras em determinados trechos, jogar água pelo local, visando diminuir a poeira causada pelo trânsito de veículos, embora o correto seria a concessionária providenciar a recomposição do asfalto imediatamente após a realização do serviço em cada local.