BrasilSaúde

Brasil confirma primeiros casos da nova variante XFG da Covid-19

O Brasil registrou os primeiros casos da nova variante da Covid-19, chamada XFG, segundo informações divulgadas pelo governo do Ceará na última sexta-feira (4/7). As primeiras infecções no país ocorreram no estado entre os dias 25 e 31 de maio. Além do Ceará, a variante também foi identificada em São Paulo, totalizando oito casos confirmados, de acordo com o Ministério da Saúde. Até o momento, não há registro de óbitos.

A variante XFG já foi detectada em 38 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que classificou a nova cepa como “variante sob monitoramento”. A OMS ressalta, no entanto, que o risco global para a saúde pública é considerado baixo e que as vacinas em uso seguem eficazes contra a nova variante.

No Ceará, a Secretaria da Saúde apontou um discreto aumento nos casos de Covid-19 nas últimas semanas, com a taxa de positividade subindo de praticamente 0% no início de junho para 10% no fim do mês. Segundo o órgão, a maior parte dos casos foi registrada em Fortaleza. O secretário executivo de Vigilância em Saúde, Antonio Silva Lima Neto, alertou que a situação está sendo acompanhada de perto e que ainda não se sabe se o aumento poderá ganhar maior proporção nas próximas semanas.

De acordo com o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, a XFG surgiu a partir da recombinação de duas linhagens: LF.7 e LP.8.1.2, esta última já predominante em alguns países. “A LP.8.1.2 se tornou dominante, e agora a XFG, que deriva dela, passou a predominar na Índia e está se espalhando pelo mundo”, explica. Ele acrescenta que, globalmente, a presença da XFG nas amostras sequenciadas aumentou de 7% para 23% apenas no mês de junho de 2025.

Apesar do avanço, não há evidências de que a XFG cause casos mais graves ou maior mortalidade. Os sintomas relatados são semelhantes aos de outras variantes, com maior frequência de dor de garganta, rouquidão e irritação.

Croda destaca que as vacinas atuais continuam eficazes contra a XFG, mas alerta para a baixa cobertura vacinal entre os idosos no Brasil, o que aumenta o risco de complicações. O Ministério da Saúde também reforçou, em nota, a importância da vacinação, destacando que já foram distribuídas mais de 14,2 milhões de doses em 2025. A pasta afirma que a imunização continua sendo a principal medida para evitar casos graves e mortes.

No cenário atual, a influenza ainda lidera as hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave no Brasil, mas autoridades de saúde alertam que o comportamento da nova variante pode variar conforme o grau de imunidade coletiva.

“A gente nunca sabe se o comportamento da variante no Brasil será igual ao de outros países. Por isso, é fundamental garantir proteção principalmente nos grupos de risco”, conclui Croda.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo