
União não prevê reajuste para o Samu, e déficit fica a cargo de Minas Gerais
O déficit no financiamento do Samu 192 em Minas Gerais ameaça o funcionamento do serviço em 800 municípios, mas, mesmo diante do risco de paralisação, o governo federal não prevê reajuste nos repasses. Atualmente, a União destina R$ 170 milhões ao estado, valor que deveria cobrir 50% do custo total – mas está R$ 28 milhões abaixo do necessário, segundo consórcios de saúde.
O secretário-adjunto do Ministério da Saúde, Nilton Pereira, afirmou que o orçamento do SUS é limitado e que cabe ao governo estadual “fazer uma melhor gestão com os menores custos possíveis”. Em contrapartida, Minas Gerais tem arcado com valores acima dos 25% obrigatórios, chegando a cobrir mais de 50% das despesas para manter o serviço.
O custeio do Samu no estado ultrapassa R$ 396 milhões anuais, usados para manutenção de ambulâncias, compra de insumos e salários. O último reajuste federal foi em 2023, após dez anos sem correção, período em que os custos acumularam alta de 80%, segundo o IBGE.
Para amenizar o impacto financeiro, o Ministério da Saúde aposta na renovação da frota de ambulâncias, estratégia que promete reduzir custos com manutenção. Desde 2023, Minas recebeu 394 novos veículos, parte de um total de 2.400 ambulâncias adquiridas no país, em um investimento de R$ 800 milhões.
Enquanto isso, sindicatos e consórcios alertam para a possibilidade de greve e cobram uma solução urgente para evitar a interrupção do atendimento de urgência à população.